quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tom e Vinícius, o musical.

Enfim, o musical Tom e Vinícius chegou ao Recife. E eu como bom fã da Bossa Nova não podia deixar de ir. O projeto foi idealizado por Marcelo Serrado há mais de 4 anos e não foi fácil preparar-se para viver nos palcos, cantando e tocando ao vivo, o maestro Tom Jobim. Marcelo encarou uma maratona de aulas de piano clássico e popular, além de violão e voz. Teve que abrir mão de ir a praia, sentiu dores nos dedos e no pescoço, mas não se queixou. Foram 3 anos e meio de preparação para realizar seu sonho.

A peça mostra o nascimento da parceria entre Tom e Vinicius, em 1955, desde quando eles criaram "Orfeu da Conceição", passando pelas gravações do disco Canção do Amor Demais, quando Elizeth Cardoso (vivida por Carol Bezerra) popularizou a dupla, até a internacionalização da bossa nova no concerto no Carnegie Hall, em Nova York. Cobre de 1956 a meados dos anos 60, quando Garota de Ipanema já era gravada até em japonês.

Os anos seguintes são repassados em um saboroso papo de bar em que um antecipa o futuro do outro. Mergulhados no universo dos gênios, os atores e o diretor Daniel Herz alimentam o saudosismo.


Na pele do Poetinha, o ótimo Thelmo Fernandes reforça o mito do intelectual sedutor e cabeça fresca, e dá um show como Vinicius. Já Serrado, mostra que valeu a pena o preparo, tocando ao vivo as músicas do Tom, e retrata bem o jeito de falar e cantar do maestro cujo temperamento mais tímido é visto no palco.

Sem alçar altos voos dramatúrgicos, mas fazendo um retrato simples e honesto de uma amizade, de uma turma e de uma época, "Tom & Vinicius, o musical" diz a que veio com louvor. Música de qualidade, ótimos atores e músicos no elenco, e boas doses de humor, fazem do espetáculo um prato cheio pra quem gosta de Bossa Nova.

Propaganda do musical: