quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tom e Vinícius, o musical.

Enfim, o musical Tom e Vinícius chegou ao Recife. E eu como bom fã da Bossa Nova não podia deixar de ir. O projeto foi idealizado por Marcelo Serrado há mais de 4 anos e não foi fácil preparar-se para viver nos palcos, cantando e tocando ao vivo, o maestro Tom Jobim. Marcelo encarou uma maratona de aulas de piano clássico e popular, além de violão e voz. Teve que abrir mão de ir a praia, sentiu dores nos dedos e no pescoço, mas não se queixou. Foram 3 anos e meio de preparação para realizar seu sonho.

A peça mostra o nascimento da parceria entre Tom e Vinicius, em 1955, desde quando eles criaram "Orfeu da Conceição", passando pelas gravações do disco Canção do Amor Demais, quando Elizeth Cardoso (vivida por Carol Bezerra) popularizou a dupla, até a internacionalização da bossa nova no concerto no Carnegie Hall, em Nova York. Cobre de 1956 a meados dos anos 60, quando Garota de Ipanema já era gravada até em japonês.

Os anos seguintes são repassados em um saboroso papo de bar em que um antecipa o futuro do outro. Mergulhados no universo dos gênios, os atores e o diretor Daniel Herz alimentam o saudosismo.


Na pele do Poetinha, o ótimo Thelmo Fernandes reforça o mito do intelectual sedutor e cabeça fresca, e dá um show como Vinicius. Já Serrado, mostra que valeu a pena o preparo, tocando ao vivo as músicas do Tom, e retrata bem o jeito de falar e cantar do maestro cujo temperamento mais tímido é visto no palco.

Sem alçar altos voos dramatúrgicos, mas fazendo um retrato simples e honesto de uma amizade, de uma turma e de uma época, "Tom & Vinicius, o musical" diz a que veio com louvor. Música de qualidade, ótimos atores e músicos no elenco, e boas doses de humor, fazem do espetáculo um prato cheio pra quem gosta de Bossa Nova.

Propaganda do musical:

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"História de Canções – Chico Buarque "

Wagner Homem

por Mirella Fonzar e Solange Fonzar, redação ONNE
Autor de “História de Canções – Chico Buarque”, 3º lugar dos mais vendidos, fala sobre o livro, política, Chico, “causos” e projetos futuros; Confira a entrevista exclusiva ao ONNE

Wagner Homem, autor do livro Histórias de Canções – Chico Buarque, nem parece estar ocupando os primeiros lugares nas listas dos livros mais vendidos de não ficção dos principais jornais e revistas do país. Acessível e simpático, o autor nos encontrou no Conjunto Nacional, em São Paulo, para uma conversa agradável de final de tarde. Durante a entrevista, atendeu um telefonema da editora com a notícia que estava em 3º lugar na lista da revista Veja dos mais vendidos da semana. Disse que não esperava, pediu licença para ligar pra casa e contar a novidade. Tranquilo, sorridente e cheio de histórias para contar, Homem passou algumas horas conosco falando sobre o livro, política, “causos” e projetos futuros. Nem ele percebeu, mas a mesa ao lado comia em silêncio para ouvir o que ele dizia. Saímos de lá com gosto de quero mais, e entendemos porque ele é amigo de Chico Buarque, Toquinho e de todo mundo. Confira a entrevista exclusiva de Wagner Homem ao ONNE.
(Foto: Mirella Fonzar)

ONNE - Como você conheceu Chico Buarque?
Wagner Homem - O Chico pessoalmente eu vi pela primeira vez, fora em shows, num lançamento de um livro dele chamado "A Bordo do Rui Barbosa". Um livrinho de poemas ilustrado pelo Vallandro Keating, amigo de faculdade dele. Acho que foi a única vez que o Chico fez uma noite de autógrafos. Foi no café Piu-piu, no Bexiga, na capital paulista, em 1982. Eu me lembro que aquilo era um horror de gente. Imagine com Chico lá dentro? Bom, eu sei que eu fui. Mas, a única coisa que vi do Chico foi a "mãozona" dele. Uma mão imensa. Ai, em 1989 quando a Companhia das Letras foi fazer o primeiro songbook do Chico, chamado Chico Buarque - Letra e Música, eu fui o responsável por organizar as letras. Eu descobri que tinha muito material, até coisas que já eram raras. Depois quando fui indicado para fazer esse livro, eu o conheci pessoalmente. O Chico é uma pessoa doce, não tem nada de tímido como dizem. Ele é reservado, é diferente.

ONNE - O Chico e alguns amigos te conhecem como Cachorrão. Qual a história do apelido?
WH - É um apelido de natação. Há muito tempo eu era nadador, muito medíocre pra te falar a verdade. E numa determinada prova eu estava em terceiro lugar e se eu chegasse numa posição melhor toda a equipe seria campeã. Um companheiro de equipe, o Pardão, hoje médico em São José do Rio Preto, corria na beira da piscina e falava: Vai cachorrão, vai! Assim ganhei a prova e a equipe foi campeã. O apelido pegou de uma maneira brutal. Ele era mestre de colocar apelido. Quando vim pra São Paulo, um amigo acabou divulgando e hoje todo mundo me conhece como Cachorrão. É um orgulho ter esse apelido, o Jair Rodrigues também é chamado de Cachorrão.

ONNE - Como você caiu na internet e começou a fazer o site do Chico?
WH - Sou de Catanduva, interior de São Paulo, sai de lá com 17 anos. Vim para São Paulo fazer teatro, mas não deu certo por que não tinha “bolso”. Os atores na época morriam de fome. Fiz faculdade de Administração de Empresas e fui conhecer direito a informática quando trabalhei como Analista de Sistemas num banco. Comecei a gostar da informática voltada ao usuário final. Bom, foi assim que cai na grande rede. É como cair na vida, né? Coitado, caiu na informática. (Risos). Enfim, 10 anos se passaram, quando já existia internet, eu propus ao Chico fazer o site dele. Ele topou, eu fiz, e de lá pra cá, eu administro esse site. É um trabalho meio incessante, você não para. Todo dia você descobre uma coisa nova. Embora o Chico não produza mais tanto, descubro muita coisa antiga, que não sabia.

ONNE - E hoje, você se considera um jornalista, um administrador ou um analista de sistemas?
WH - Você faz cada pergunta difícil... (risos). Hoje eu sou um escritor. Escrevi um livro, tenho propostas de continuar essa coleção, Histórias de Canções.

ONNE - Então podemos esperar o próximo História de Canções de quem? Maria Bethânia?
WH - Apesar de fazer o site da Maria Bethânia, a única pessoa com quem falei até o momento foi o Toquinho. Ainda não tem nada certo, mas já conversamos. Ele não se opôs. O Toquinho é um personagem legal, pois ao lado vem histórias de Vinicius também. Claro que Vinicius morreu há muito tempo e Toquinho tem uma carreira, continua produzindo, mas, eles tiveram 11 anos de sucesso e acumulam centenas de músicas e histórias. Algumas mentirosas, mas sendo boa, tá bom, não é? (risos).

ONNE - Como surgiu a idéia de lançar um livro sobre as histórias de canções?
WH - Na verdade, ao trabalhar com o site eu fui acumulando e desenvolvendo essa percepção que as pessoas tinham curiosidade e se interessavam por essas histórias. Além disso, eu mesmo ia descobrindo novas histórias e ficava admirado com elas. Ai um dia eu disse, “tá na hora de reunir esse material”. Falei com o Pascoal Soto, que é o editor da Leya. A Leya é o maior grupo editorial de língua portuguesa do mundo. E ao se instalar no Brasil pretende se tornar uma referência nas publicações de língua portuguesa. Ai, falei com o Pascoal, ele adorou a ideia, falei com o Chico, ele topou imediatamente, mas sempre com aquelas condições. “Tudo bem, só que eu não posso trabalhar.” Ai eu respondi, “algum trabalho você vai ter que ter”. Quando propus isso ao Chico, em agosto do ano passado, ele ainda estava escrevendo o Leite Derramado. Só em fevereiro mandei o livro pra ele. Li no jornal que ele havia terminado o livro e que estava em fase de revisão. Mandei, achei que ele iria demorar, mas semanas depois, ele leu, respondeu, fez algumas observações.

ONNE - Alguma coisa foi censurada?
WH - Absolutamente nada. Achei que ele fosse censurar algumas histórias, mas não.

ONNE - Qual a história mais curiosa para você?
WH - Eu gosto de uma em especial. Meu Caro Barão é uma música infantil feita pro filme Saltimbancos Trapalhões. No filme, os trapalhões são faxineiros do circo. O barão, o dono do circo, foge com o dinheiro, e os saltimbancos acham uma maquina de escrever, e resolvem escrever uma carta para ele. Então a música é meio onomatopéica, com o barulho da máquina de escrever. Os saltimbancos não sabiam usar nem a máquina, nem o português corretamente. Então o genial da música é quando o Chico revela que eles não sabem acentuar, nem achar o acento na máquina, e tira o acento de algumas palavras, em geral proparoxítonas para rimar com paroxítonas... “Onde quer que esteja / Meu caro Barão / São Brás o proteja / O santo dos ladrão.” E por aí vai. Genial. Vale a pena ouvir. Ai um dia o Chico me liga e fala, “ta com o livro ai na mão? Vai à página tal” e era a página do Meu Caro Barão. Ele perguntou, “quem colocou acento na música?” (risos) O revisor! Eu fico imaginando o revisor chegando em casa e falando pra mulher: “Aquele Chico Buarque deve ser um analfabeto”. (risos)

ONNE - Grande parte das histórias do livro se concentra na época da ditadura militar brasileira. Você acha que a censura acentuava a criatividade do Chico?
WH - Não. Censura não faz bem pra ninguém, nunca. O que ocorre é que as pessoas eram obrigadas a lutar contra o sistema de alguma maneira. Mas, em hipótese alguma ela estimula a criação. Ela estimula artifícios, para liberar a criação. Evidente que alguns se saíram muito bem. Mas a censura não tem nada a ver com criação. Jamais. A censura é ruim sempre.

ONNE - Você acha que teve alguma mudança na obra do Chico após a queda da ditadura?
WH - Eu acho que sim. Eu acho que ele se livrou, ou tenta se livrar até hoje, dessa marca de ser um paladino, um representante. Não, ele era um cara que trabalhava e queria trabalhar, quando pisaram no seu calo, ele começou a chiar. Mas, na verdade o Chico mesmo diz que a única música de protesto dele é Apesar de Você. As outras não são de protesto.

ONNE - “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.”, esse amanhã tão esperado por artistas como Chico Buarque chegou?
WH - Acho que sim, estamos próximos. Nos últimos anos, depois da redemocratização, goste ou não goste deste ou daquele presidente, o Brasil evoluiu. A gente entrou numa democracia de fato, tirando as palhaçadas é claro. Desse ponto de vista não há o que negar, a gente está num regime democrático. Felizmente, todo mundo produz, todo mundo protesta, todo mundo cresce. Não tenho dúvidas que melhoramos. Se é o ideal? Claro que não. Mas, acho que o Brasil melhorou muito. Ainda não é o outro dia completo, mas se não floresceu, está florescendo.

ONNE - Você acha que a democracia mudou o sentido de ideologia política do brasileiro?
WH - Eu acho que hoje as pessoas são menos politizadas ou são politizadas de uma outra maneira. Naquela época era muito fácil fazer política, você era assim ou era “assado”. Hoje esse binômio não existe mais. Quando você está num pluripartidarismo tem de tudo, tanto na política, como na música, no teatro... Então, acho que hoje você vive um mundo mais plural, mais cheio de alternativas, mais segmentado. A gente que ainda não descobriu como analisar essa politização.

ONNE - E você, na época de estudante participou de algum movimento?
WH - Agora a gente pode falar, né? (risos). Fui militante, fui líder estudantil, secundarista, mas nunca fui filiado a nenhum partido. Eu me lembro que no dia que decretaram o AI 5, 13 de dezembro de 1968, eu estava chegando a Salvador para um congresso de UBES (União Brasileira dos estudantes secundaristas), congresso que, evidentemente, não houve por causa do AI 5. Eu passei 3 dias escondido numa casa, que por sorte era de uma mulher da Polícia Civil. E eu morria de medo, mas ela avisou pra ficarmos tranquilos. Enfim, não fui preso. Mas tive amigos presos, amigos mortos... Tudo que um cidadão de 58 anos pode ter passado naquela época.

ONNE - O que você acha da música e da literatura de hoje? Existe um novo Chico Buarque ou Vinícius de Moraes?
WH - Primeiro, eu não sei se o mundo precisa de um novo Vinicius, um novo Chico. Lá atrás eles eram novidades. E o mundo precisa de novidades. Não sei se há lugar para um novo Vinicius ou Chico. Mas, certamente está rolando como sempre rolou. Gente boa, gente nova. Só não me pergunte quem, que eu não saberia te dizer. Uma coisa que me chamou muita atenção foi acompanhar a Gal, num show aberto em Jundiaí (SP). O show era só Bossa Nova. E eu ficava olhando pra platéia que misturava gente velha, gente nova, meia idade, e todo mundo cantava. Algo, que toca tão pouco em rádio, não sei é um milagre da música brasileira.

ONNE - Quais são suas referências musicais e literárias, além do Chico?
WH - Na literatura? Machado de Assis. Dos novos? João Ubaldo, Jorge Amado. Gosto muito de um cara pouco conhecido, Carmo Bernardes, um escritor brasileiro que escreve sobre o interior de Goiás. Era um defensor ardoroso da fauna e da flora brasileira, principalmente do cerrado.

ONNE - O que você achou da última produção cinematográfica baseada na obra Budapeste de Chico Buarque? Achou a adaptação fiel?
WH - Para mim é muito complicado falar de qualquer coisa do Chico. Eu sou suspeito. Mas gostei bastante. É claro que não podemos comparar o livro com o filme. Na verdade nunca. Nem com o Chico, nem com livro nenhum. São duas artes distintas, a literatura tem outra abordagem. É outra viagem. Na literatura você viaja sozinho, o cara que escreve é só um condutor. Mas, as imagens você cria. No cinema, você tem a mão do diretor para te guiar. Eu gostei de Budapeste, achei um filme bonito.

ONNE - E sobre Leite Derramado, será outra obra prima da literatura brasileira?
WH - Se não entrar é por que os caras são muito burros! (Risos) Pra mim já entrou. Olha, Leite Derramado eu li umas três vezes seguidas. Uma das vezes eu disse, “eu ainda vou pegar um erro nesse trem aqui”. Não peguei nada! Pelo contrário, descobria coisas maravilhosas, o uso das palavras, tudo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Cameron Crowe


Cameron Crowe é um verdadeiro nativo californiano. Nasceu em Palm Springs em 1957 e cresceu em San Diego. Aos 15 anos começou sua carreira no jornalismo, escrevendo artigos para publicações como Creem, Rolling Stone, Playboy e The Los Angeles Times.

Com apenas 16 anos, passou a formar parte da equipe da revista Rolling Stone, onde esteve encarregado de escrever as biografias de artistas influentes como Bob Dylan, Eric Clapton, David Bowie e Neil Young.

Em 1979 Crowe escreveu uma novela, Fast Times at Ridgemont High, que se converteu em um sucesso de vendas, em 1981. Antes que o livro foi vendido, Crowe teve que escrever a adaptação do livro para levá-lo ao cinema, realizando assim sua estréia como roteirista. O filme de mesmo título foi dirigido por Amy Heckerling, e interpretado por Sean Penn, Jennifer Jason Leigh, Forrest Whitaker, Nicolas Cage e Eric Stoltz.

Quase Famosos


Pra quem gosta de Rock`n`roll dos bons, os anos 70 e toda sua cultura, "Quase Famosos" é um prato cheio. Trilha sonora IMPECÁVEL, sem contar os atores que estão ótimos: Kate Hudson linda como sempre, McDormand está fabuloso e o jovem Patrick Fugit surpreende no filme. O filme, como o próprio Crowe disse ao receber seu Oscar, é uma declaração de amor à música e a família, e é realmente isso. Tratando-se da sua auto-biografia, "Quase Famosos", consegue retratar a história de Crowe no início de sua carreira na revista "Rolling Stone. Pra mim, o filme foi injustiçado pois merecia uma indicação ao Oscar de melhor filme. Ganhou por melhor roteiro original.

Trailer:


Sinopse:
Um fã ávido por rock`n`roll, de apenas 15 anos, consegue um trabalho na revista americana Rolling Stone, para acompanhar a banda Stillwater em sua primeira excursão pelos Estados Unidos. Porém, quanto mais ele vai se envolvendo com a banda, mais vai perdendo a objetividade de seu trabalho e logo estará fazendo parte do cenário rock dos anos 70.

Elenco:
Billy Crudup (Russell Hammond)
Frances McDormand (Elaine Miller)
Kate Hudson (Penny Lane)
Jason Lee (Jeff Bebe)
Patrick Fugit (William Miller)
Anna Paquin (Polexia)
Fairuza Balk (Sapphire)
Noah Taylor (Dick Roswell)
Philip Seymour Hoffman (Lester Bangs)
Eion Bailey (Jann Wenner)
Jay Baruchel (Vic Nunez)

Premiações:
- Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, além de ter recebido outras 3 indicações: Melhor Atriz Coadjuvante (Frances McDormand e Kate Hudson) e Melhor Edição.
- Ganhou 2 Globos de Ouro: Melhor Filme - Comédia/Musical e Melhor Atriz Coadjuvante (Kate Hudson), além de ter recebido outras 2 indicações: Melhor Atriz Coadjuvante (Frances McDormand) e Melhor Roteiro.

Curiosidades:
- O roteiro de Quase Famosos, escrito por Cameron Crowe, foi elaborado usando memórias do próprio Crowe quando escrevia para a Rolling Stone, aos 15 anos de idade, e acompanhou parte da turnê da banda Led Zeppelin.
- A banda fictícia Stillwater, que aparece em Quase Famosos, é na verdade uma mistura de três grupos que o diretor Cameron Crowe adorava: Led Zeppelin, Allman Brothers e Lynyrd Skynyrd.
- Penny Lane, que no filme é interpretada por Kate Hudson, realmente existiu e foi uma das primeiras paixões de Cameron Crowe em sua juventude.
- A cena em que o guitarrista Russell Hammond, interpretado por Billy Crudup, após tomar LSD grita em cima de um telhado "Eu sou um deus dourado" foi protagonizada na verdade por Robert Plant, cantor do Led Zeppelin, no topo de um hotel de Los Angeles
-Nancy Wilson, música e mulher de Crowe, realiza as trilhas sonoras de todos seus filmes.

Uma das melhores cenas do filme:

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Homer Simpson


"A culpa é minha e eu coloco ela em quem eu quiser!"

"Sei que nunca fui um homem muito religioso mas, se estiver aí em cima, por favor, me salve Super-Homem"

"Você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas há algo que jamais poderá comprar: um dinossauro."

"Ora, Marge, se deus não quisesse que a gente comesse na igreja, não teria colocado a gula como pecado..."

"Pastor, eu sei que eu não tenho sido um bom cristão, geralmente quando você está no seu bla bla bla eu estou desenhando ou dispindo mentalmente as paroquianas, mas me empresta U$40,000?"

"Ele já sabe como gosto do meu drink.... Com muito álcool!"

"Cala a boca Pensamento, ou te enfio uma faca.""

"Marge: Homer, podemos ter outro bebê? Homer - Não!! ainda nao perdi o peso que ganhei com o ultimo..."

"Deus, se quiseres que eu coma as oferendas não se manifeste de nenhuma maneira...(silêncio) ... Tua vontade será feita..."

"Se algo é difícil de fazer, então não vale a pena ser feito!

"Um viva ao álcool: a causa e a solução de todos os nossos problemas!"

"Lisa, vampiros são faz-de-conta, como elfos, gremlins e eskimós."

"Existem três jeitos de fazer as coisas: o jeito certo, o jeito errado, e o meu jeito, que é igual ao jeito errado, só que mais rápido."

"Nunca diga qualquer coisa a não ser que tenha certeza que todo mundo pensa o mesmo."

No brasil dentro de um táxi abordado por um sequestrador -" isso aqui é um sequestro!! Homer:então eu não prciso pagar a corrida? iiahhuuuu!!!"

"É melhor ver coisas do que fazer coisas."

"Filhos, vocês tentaram, deram o seu melhor, e falharam miserávelmente. A lição é: nunca tentem. A tentativa éo primeiro passo para o fracasso."

"Existem três frases curtas que levarão sua vida adiante: 'Não diga que fui eu!', 'Oh, boa idéia chefe!' e 'Já estava assim quando cheguei.'"

"As respostas para todos os problemas da vida não estão no fundo de uma garrafa... estão na TV!"

"Por favor, não me leve! Eu tenho mulher e filhos. levem eles!"

Homer: "Certo cérebro, eu nao gosto de você e nem você de mim então faça tudo certo pelo menos uma vez, e depois prometo que continuo te matando com cerveja, certo?" Cérebro: "Negócio fechado!"

"Eu não estava mentindo! Estava escrevendo ficção com a boca."

"aaaaaahh marge, eu tive um sonho horrível em que todos fomos transformados em terríveis criaturas rosadas com cinco dedos em cada mão!!!"

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Alta Fidelidade


Em mais uma madrugada acordado, descubro que iria passar o filme Alta Fidelidade no Corujão da Globo. Eu não via esse filme a muito tempo, e é um dos meus favoritos.

Sinopse e crítica que achei por aí. Mas muito boa.

"Baseado no cultuado livro de Nick Hornby , o filme mostra um Rob Gordon (John Cusack) melancólico, dono de uma loja de discos, falando com a câmera, pois Laura (Iben Hjejle), a namorada, está deixando-o naquele momento. Rob faz um top 5 das suas maiores dores de cotovelo, e deixa Laura de fora, só de birra. Na verdade, ainda é cedo. Como ela acabou de sair, a raiva ainda é maior que a tristeza.

O filme segue e todos os personagens vão criando top 5 dos mais variados temas.

Nick Hornby também foi o responsável pelo surgimento da tal literatura pop do novo milênio, que nada mais é do que uma literatura de linguagem jovem e repleta de referências moderninhas - o mundo dos blogueiros. Os top 5 de Rob viraram mania em blogs e comunidades do Orkut. De repente todo mundo que sempre fez rankings de filmes e músicas ficou na moda. Ser nerd virou pop, e ser pop virou cool. Hornby e Cusack estiveram na hora certa e no lugar certo, aproveitando todo o boom pop que a internet proliferou no mundo.

Iben Hjejle, uma atriz desconhecida que nem é tão boa ou bonita assim, sofre com o papel de "vilã" da história. Entre aspas, você entendeu. É ela que está chutando Rob, então é a vilã. Nós somos identificados como amigos confidentes de Rob, e amigos nem sempre têm a liberdade de julgar o gosto do outro para mulheres, mas nesse caso, sim. E só vendo para entender.

Daí, o filme mostra muito bem as traumáticas devoluções de objetos pessoais e outros traumas de separação, que são abrilhantados por diálogos sempre geniais saídos das páginas de Nick Hornby, como a análise das calcinhas do dia-a-dia. Muito boa.

É quando Laura entra no top 5 com honras e nós começamos a compreender porque ela era tão adorável. Um flashback mostra como eles se conheceram: Rob era DJ e gravou uma fita para ela. Ajuda muito uma declaração de amor sincera como esta. O top 5 das coisas que Rob sente falta nela reforça o sentimento, e vem na forma de um monólogo comovente de Cusack diante da câmera. Mais uma declaração simples e sincera, daquelas que não vemos no cinema todo dia. Não é sentimental e bobo, é simplesmente um homem explicando porque ama uma mulher. Laura também se mostra legal quando analisa o top 5 dos empregos ideais de Rob, e o convence de que ter uma loja de discos merece uma posição. O filme faz você acompanhar gradualmente o sentimento de Rob pós-rompimento, passando da raiva para a tristeza e para a saudade e para a constatação de que o amor ainda existe.

É aí que Rob decide ir atrás das top 5 e perguntar a cada uma das ex-namoradas o que ele fez de errado. O filme recebe uma visita especial: Bruce Springsteen aparece no quarto de Rob como uma entidade conselheira, apoiando sua atitude. Rob agradece, "thanks, Boss"
Quem já ouviu uma música e a compreendeu como um conselho de pé do ouvido vindo direto do artista, sabe bem o que essa cena representa.

Rob vai ao encontro de Laura, só para ouvir que ela já estava com outro. E veja, ele já esteve com outras, mas não consegue aceitar que Laura estaja. Não é machismo, é ciúme mesmo. É o fora definitivo. É quando a ficha cai de verdade, a tristeza finalmente supera a raiva e Rob sai para tomar chuva.

O ponto de virada que muda o rumo do filme na sua parte final é a morte do pai de Laura. No velório, Rob entra na fila para dizer "eu sinto muito" a ela, mas já sem pretensões, com um ar cansado, porém sincero. Rob apenas diz isso e sai na chuva mais uma vez, desta vez ao som de "Most of the Time" do Bob Dylan, numa das mais belas cenas de fossa da história do cinema. Pense em todas as comédias românticas que apelam para baladinhas de Snow Patrol e Coldplay para emocionar no tradicional clipezinho de fossa, e você vai ver que "Alta Fidelidade" está muitos níveis acima. Sofrer na chuva com Bob Dylan é sofrer com dignidade. Sozinho debaixo d'água, ele assume seus erros, sua falta de comprometimento, sua covardia. Ela vai atrás dele, eles transam no carro e reatam o namoro. Tudo muito simples, sem grandes arrombos românticos. Ela diz "estou cansada demais pra não ficar com você" e de repente todo o sofrimento anterior se transforma em tempestade em copo d'água como, no geral, é mesmo. Mais uma vez, prevalece a elegância do diretor Stephen Frears na cena e a sobriedade do roteiro.

O último desafio para Rob Gordon surge na figura da jornalista alternativa Caroline, mais um fetiche pop em sua vida, trazida ao som de Stereolab para a loja de discos. É uma fantasia final que leva Rob ao clímax do filme. Ele sente a atração, o frio na barriga como diz. E aí chega a cena:

-O que farei agora? Pular de galho em galho pelo resto da vida até não sobrar nenhum? Correr para outra pessoa sempre que sentir aquele frio na barriga, aquele instinto? Desde os meus 14 anos que penso com meus instintos e cheguei à conclusão que meus instintos não sabem de nada!. É mais ou menos assim dublado!


Então ele decide, num singelo bar, pedir Laura em casamento, enquanto toma sua cerveja long neck com limão. Sua explicação sobre as fantasias que não se realizam e sobre a realidade das calcinhas de algodão cria o meu pedido de casamento preferido do cinema. Laura diz "você achou que eu fosse aceitar?", Rob responde "Não sei, eu achei que o importante era pedir" e ela conclui com um "Obrigada". Muito bonita a cena. Eles não casam. Para Laura, mulher moderna e independente, isso bastava. A cena final tem a festa de lançamento do selo Top 5, com Rob de DJ e a performance sensacional de Jack Black, que iria cantar com sua banda trash de rock, e acaba mandando ver de surpresa um "Let's Get It On", do Marvin Gaye (a música do casal protagonista). É só um epílogo divertido, que segue com Rob gravando em sua casa a fita definitiva para Laura ao som de "I Believe (When I Fall In Love It Will Be Forever)" de Stevie Wonder. Porque agora ele sabe como fazer uma fita que deixe Laura feliz. E aí que emociona mesmo, pois penso em todas as fitas que já gravei e nos meus top foras e em tudo que já passei desde que vi esse filme pela primeira vez. Ele continua me ensinando coisas novas a cada revisão, e parece até fazer mais sentido agora, que estou mais velho. Um dia a gente chega lá, e aprende a gravar a fita certa para a pessoa certa. Acho que a moral da história é essa aí. "

Não sei quem escreveu, vi em algum blog. Mas diz tudo que eu diria.:P


Cena do Top 5 das coisas que sinto falta nela


Primeira: o senso de humor, muito seco mas também caloroso. E ela tem o melhor riso de todos. Ela ri com o corpo todo.
Segunda: ela tem caráter, ou pelo menos tinha antes desse pesadelo todo. Ela era leal honesta, e não descarrega sobre os outros quando tem dias maus. Isso é ter caráter.
Terceira: tenho saudades do seu cheiro e do gosto da sua boca. Eu não sei. É o mistério da química humana. Algumas pessoas, no que toca aos sentidos, nos fazem sentir como se estivéssemos em casa..
Quarta: adoro a forma como ela anda. Ela aparenta não se importar com sua aparência. Preocupa-se mas não demonstra, a meu ver, e isso é o seu charme.
Quinta: ela tem um tique quando não consegue dormir. Dá um gemido tímido e esfrega os pés um no outro um número certo de vezes. Isso me mata.

Cena que Jack Black canta Marvin Gaye


Trailer


sábado, 15 de agosto de 2009

Dia dos Solteiros

Dia 15 de agosto comemora-se o dia dos solteiros. Portanto, Feliz Dia dos Solteiros para todos que, assim como eu, estão muito bem sozinhos. kkkkkkk


Minha filosofia sobre namoros hoje em dia: é importante você ter alguém que te faça rir, alguém em que você possa confiar e alguém que... você sabe... te excite! E é muito importante que essas três pessoas não se conheçam.


Vou pôr o trailer do filme "Vida de solteiro" do diretor Cameron Crowe. Bem legal!

sábado, 8 de agosto de 2009

Morre John Hughes aos 59 anos

O cinema perdeu um ícone dos anos 80. Morreu em NY, dia 6, o diretor de "Curtindo a Vida adoidado", John Hughes. Ele teve um ataque cardíaco durante sua caminhada matinal, nesta última quinta-feira.

Hughes ficou conhecido pelos seus filmes High School, que alavancaram as carreiras de muitos jovens talentos como Matthew Broderick, Emilio Estevez e Macaulay Culkin.

"Curtindo a vida Adoidado"


Além de "Curtindo a Vida Adoidado", dirigiu e escreveu alguns outros filmes como "Mulher Nota 1000", "Férias frustradas", "Férias Frustradas de Natal", "Beethoven I e II", "Milagre na Rua 34", "Gatinhas & Gatões", que deu fama a Molly Ringwald, a famosa ruivinha dos filmes anos 80 que atuou também em "A Garota de rosa shocking" e "O Clube dos cinco", ambos de Hughes. Um dos seus trabalhos de maior sucesso, foi a série de filmes "Esqueceram de Mim".

"Gatinhas e Gatões"


"Mulher nota 1000"

Clube dos cinco é considerado por muitos um dos melhores filmes do diretor e pra mim, o melhor.
Resumo:
Uma audaciosa radiografia da juventude dos anos 80.
Cinco estudantes são obrigados a ficar de "castigo" e escrever uma dissertação de mil palavras sobre si mesmos. Reticentes no começo e obrigados a perder o sábado para isso, os jovens aos poucos perceberão que cada um deles têm os seus sonhos, frustrações e histórias pra contar. E que todos eles podem ser tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo.

"Clube dos Cinco"


Uma bela homenagem ao Diretor. Montagem muito bem feita que vale a pena assistir. Ao som de The Who.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Show do Biquini Cavadão em Recife!



Aeeee...vai ter show do Biquini em Recife!! Junto com a banda Capital Inicial, que pra mim vão ser apenas coadjuvantes...kkkk..Biquini detona! Uma das minhas bandas preferidas. No dia 21 de Agosto, eles chegam a Recife para um showzaço no Chevrolet Hall. Já me sinto lá...

Um breve histórico...

"Surgido em 1985, o Biquíni Cavadão nasceu do encontro, ainda em colégio, de Bruno Gouveia (vocal), Miguel Flores da Cunha (teclados), Sheik (baixo) e Álvaro Birita (bateria). Descobertos por Carlos Beni - ex-baterista do Kid Abelha - contaram com a ajuda de Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, na gravação de sua primeira música - "Tédio"
De Herbert também veio a sugestão do nome da banda. Não demorou muito para eles completarem a formação com Carlos Coelho nas guitarras. Já no primeiro ano, "Tédio" se destacou entre as melhores canções de 85. Mas foi "Vento Ventania" que consagrou a banda. A música foi mais a executada nas rádios em 92. Ganharam novos prêmios, destaques e um convite para abrir o Red Hot Chili Peppers no Hollywood Rock, em janeiro do ano seguinte.

Depois do disco Escuta Aqui, que teve apoio da Apple e trouxe sucessos como "Quando Eu Te Encontrar", "Você Existe, Eu Sei" e a faixa título, o grupo seguiu com uma formação diferente no palco, incluindo metais, e foi gradativamente aumentando sua força nos shows pelo país.

Uma nova geração veio a descobrir o Biquíni Cavadão, especialmente aquela que ia aos grandes festivais: gente que muitas vezes nem era nascida quando a banda surgiu, mas que sabia de cor as canções antigas (embaladas por pais, tios, primos mais velhos) e as novas "Dani", "Quanto Tempo Demora Um Mês" e "Vou Te Levar Comigo". O resultado disso foi gravado num show histórico em Fortaleza, no Ceará Music de 2004 e se transformou no primeiro DVD do grupo, celebrando vinte anos com as marcas de CD de ouro e DVD de platina, além de uma extensa tour por todo país. Fizeram shows fora do país, tornaram presença obrigatória nos principais festivais e iniciaram um novo ciclo, agora independentes. Gravaram três discos de uma só vez: as coletâneas 1985/2007 vols. 1&2 e o disco de inéditas Só Quem Sonha Acordado Vê O Sol Nascer e não param de colecionar sucessos. O ultimo lançamento foi o DVD Biquini 80 Vol. 2, que traz regravações de grandes nomes do rock nacional.

O Biquíni é hoje uma banda hiper-representativa do pop e rock brasileiro, querida de norte a sul do país, um grupo que acompanhou todas as décadas sem ficar perdido no tempo, orgulhosos do seu passado mas atentos ao futuro. "


Postando alguns vídeos de diferentes sucessos do Biquini nesses últimos anos...vale a pena curtir

2000

Um clipe muitooo BREGA..kkkk, gravado em super oito, e estrelado por Bruno Gouveia e Patricia Carvalho (letrista da música).



2004

Sucessos do DVD ao vivo. O melhor show de todos!







2008
.
DVD Biquini vol.2 80.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

15 anos sem Mussum

Hoje faz 15 anos da morte do grande humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum. Na minha opinião, o mais engraçado dos antigos Trapalhões. Sambista da mangueira e pinguço confesso, o personagem sempre marcou pela sua alegria, seu jeito espôntaneo e seus bordôes: cacildis, forevis, entre outros. Sempre colocando o "is" no final. Mussum morreu depois de um transplante de coração mal sucedido. Era o único negro da trupe dos trapalhões, e até hoje deixa saudade, e é muito lembrado em camisetas, fotos, vídeos, dvds...

Abaixo segue um dos quadros célebres do Mussum. Por muitos considerados um dos melhores quadros dos Trapalhões. Quando ele e o grande Tião Macalé, os "empresários, engenheiros" tomam uma cervejinha, ou um "suco de cevadis", cantam samba e até música internacional e tentam armar uma pindureta. Muito Bom.


Mussum sempre lembrado:

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Feliz dia do amigo!

Fundo de Quintal cantando " A amizade" . Um samba em homenagem aos amigos. Salve a velha guarda.



"Amigo, hoje a minha inspiração
Se ligou em você
E em forma de samba
Mandou lhe dizer
Tâo outro argumento
Qual nesse nomento
Me faz penetrar
Por toda nossa amizade
Esclarescendo a verdade
Sem medo de agir
Em nossa intimidade
Você vai me ouvir

Foi bem cedo na vida que eu procurei
Encontrar novos rumos num mundo melhor
Com você fique certo que jamais falhei
Pois ganhei muita força tornando maior
A amizade...
Nem mesmo a força do tempo irá destruir
Somos verdade...
Nem mesmo este samba de amor pode nos resumir

Quero chorar o seu choro
Quero sorrir seu sorriso
Valeu por você existir amigo

Quero chorar o seu choro
Quero sorrir seu sorriso
Valeu por você existir amigo"

terça-feira, 7 de julho de 2009

Palavra (En)Cantada

Sinopse:
"A partir da reflexão da relação entre a música popular e a poesia e literatura, o documentário usa depoimentos, performances musicais e trilha sonora a fim de esclarecer e refletir sobre o assunto. O filme apresentará imagens inéditas no Brasil, como a encenação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, no Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França, em 1966. Merecem destaque também imagens raras, que foram restauradas pela produção do filme, de Dorival Caymmi, nos anos 40, cantando e tocando O Mar ao violão."

Crítica por Priscilla Santos, extraída do site Obvious:

"Para alguns estudiosos e observadores da literatura, a poesia se caracteriza por uma criação artística que existe sozinha: tem suas regras, suas formas, seus sons próprios e estes a fazem plena unicamente em si, podendo dispensar acompanhamentos. É comum que numa roda, reunindo esses mesmos estudiosos e observadores da literatura, lá pelas tantas, pelo quarto copo de vinho, alguém declare a sentença: Chico Buarque, por exemplo, não é poeta, é músico. A partir daí a conversa, antes consenso, vai virar uma discussão sem fim e depois de meses, dois ou três daqueles amantes das letras ainda estarão se odiando mortalmente. Fatalmente vão produzir alguns tratados que não nos tocarão em nada.

Palavra [En]cantada é um filme que ronda o mistério das palavras ditas e entoadas sem chegar perto desse tipo de debate onde um bom e velho veneno da vaidade academicista sempre mata um pouco mais a gente. Dirigido por Helena Solberg, com argumento de Marcio Debellian, o documentário segue uma reflexão a respeito dos momentos em que música brasileira e poesia convergiram.

Através do depoimento de grandes nomes da música nacional, Sodenberg nos leva a fogo brando pela história e escolas da música brasileira; dos morros cariocas à periferia de São Paulo, passando pela Bahia e pelo mangue pernambucano. O documentário parte da idílica existência dos trovadores, aqueles artistas medievais que inventaram a poesia musicada e a espalharam de tal forma que são considerados o marco zero da literatura como hoje a conhecemos. A partir daí nomes como Tom Zé, Lenine, Maria Betânia, Martinho da Vila, Lirinha do Cordel do Fogo Encantado, BNegão e o próprio Chico Buarque, vão falar sobre a presença da poesia em suas canções e dão versões sobre o porque e do como esses encontros acontecem."

Fui assistir sábado passado no Cinema da Fundação aqui em Recife e não poderia deixar de indicar. O filme é sensacional e indispensável para todos os amantes da música e da literatura brasileira!

Trailer:

Abertura do filme com a música Choro bandido (Chico Buarque e Edu Lobo):

sexta-feira, 3 de julho de 2009

''Escrever é uma chatice', diz Chico Buarque na Flip

Na mesa mais aguardada da Flip deste ano, Chico Buarque e Milton Hatoum aproveitaram as semelhanças entre suas carreiras literárias e os traços em comum em seus mais recentes livros para dar ao público em Paraty um debate bem amarrado sobre lembrança, a tarefa de criar e a necessidade de ir a campo para escrever.

O mediador Samuel Titan Jr. lembrou que tanto Chico quanto o amazonense Hatoum têm quatro livros publicados e fizeram uma viagem memorial por cenários brasileiros nos seus recentes “Leite derramado” e “Órfãos do Eldorado”, respectivamente.

Os desafios no momento de colocar as ideias no papel também foram um dos focos da conversa entre os dois. Chico surpreendeu ao dizer que não sente tanto prazer no ato da escrita. "Eu escrevo muito devagar. Escrever é uma chatice. Gosto mais de ler do que de escrever", disse ele, que tem como protagonista de sua última obra um homem centenário cujas memórias fazem um retorno que atinge até a época da abolição da escravatura e da proclamação da República.

Ao colocar a leitura acima do ato de escrever, Chico Buarque revelou um de seus hábitos que ajudam na condução da trama a ser criada. "Todo dia, antes de começar a escrever, eu lia o meu livro desde o começo, de maneira que ele ficava todo na minha mão."

Fonte: Portal G1 da Globo.com

terça-feira, 30 de junho de 2009

Amnésia

Parte 2
Continua...

domingo, 21 de junho de 2009

65 anos de Chico Buarque

Passou o aniversário de Chico rapaz! E eu não falei nada aqui. Estava muito ocupado ultimamente, colocando minha vida nos eixos. Mas agora vai. Pra quem não sabia, dia 19 de junho, Chico Buarque fez 65 anos!

E quem levou o presente foi uma fã. Ao caminhar pela praia do Leblon no seu aniversário, o cantor e escritor cruzou com uma moça que lia seu mais recente livro, Leite Derramado. Deu uma olhada indiscreta para o bumbum dela. Parou. E autografou o livro da fã. Ele continuou a andar e, na volta, acabou parando para bater papo. Depois que Chico seguiu o seu caminho, ela, ainda surpresa, usou o telefone para contar a novidade para alguém.





Falando em Leite derramado(que ainda não li), e em homenagem aos 65 anos do autor, vou postar um trecho do livro, lido pelo próprio Chico. Parece ser bom;)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Da série: Meu dono é um retardado

Estou meio sem tempo:/ Então, só pra descontrair...hehehe















Selo Master Blog

Que legal! ganhei o selo Master Blog!! Vamos às regras:

1) Colocar no teu post o nome do Blog que te indicou ao prêmio.

Fui indicado pela Liciane do blog LET´S GO GIRLS e Deby do Essa menina tem classe.

2) Escrever uma mesagem de agradecimento ao Blogueiro que te indicou.

Então, gostaria de agradecer a Lici, pela ótima surpresa, realmente gostei muito! Não preciso nem dizer que adoro o Blog dela. Sempre que posso to acompanhando. E me divirto muito com seus posts. E a minha amiga Deby me indicou de novo:P Agradecer também, por sempre estarem dando uma passadinha por aqui e um alô. Por mim indicaria as duas de novo, mas o selo iria ficar rodando pelos mesmos lugares. Por isso, resolvi divulgar outros blogs legais que também acompanho. É isso.

Beijos

3) Postar o selo.


4) Abaixo do selo descrever 5 características suas.

-Doido por futebol. Rubro-negro doente. "Quem não falar no Sport é mudo, cazá, cazá e pelo Sport tudo!"
-Adoro ler e sou louco por cinema. Cinéfilo total!
-Tento escrever alguma coisa e arranho um violão.
-Apreciador e colecionador de cervejas! Pois é. Adoro cerveja, e tomar umas com os amigos. Boêmio! hehehe
-Ahh, e não podia deixar de colocar: Odeio mentira. Pra mim um dos piores defeitos do ser humano.

5) Indicar o prêmio a 5 ou mais blogs para receber o selo.

Vamos lá:

VÁLVULA LITERÁRIA
http://valvulaliteraria.blogspot.com/
Contos, crônicas e textos muito bons da Luana Inaudita.

JORNALISMO BOÇAL
http://waltercarrilho.blogspot.com/
O nome já diz tudo.

UM OLHAR ALÉM DA TELA
http://gabrielvonborell.blogspot.com/
Muito cinema. Ótimas dicas e críticas.

SUBTENDIDO
http://subentendido-flor.blogspot.com/

Um blog de Variedades da Nathália Oliveira. Bem legal.

POESIA NO TEMPO
http://poesianotempo.blogspot.com/
Poesias: Carlos Drummond, Mario Quintana, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, entre outros.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia dos namorados

Vídeo bonitinho em homenagem ao dia dos namorados. kkkkkkkk
Cena final do filme "Juno". Michael Cera and Ellen Page cantam "Anyone else but you"

terça-feira, 9 de junho de 2009

Desconfiança


Certa noite, após uma transa, a mulher do Barbosa soltara:
- Nossa amor, foi tão bom. Nem parecia que era você.
O Barbosa, ainda cansado, apenas agradeceu o provável elogio:
- Obrigado baby.
Na manhã seguinte, acordou com uma dúvida martelando a cabeça.

Espera aí, se não fosse eu, quem seria?

Começou a prestar mais atenção na mulher. Principalmente nas poucas vezes que faziam amor, pois ela andava sempre muito cansada, doente e com dores de cabeça:

- Tenho que procurar um médico. Não sei o que são essas dores de cabeça.
- Pois é. Já devia ter procurado – e virava para dormir irritado, em mais uma noite sem sucesso.

Passavam-se os dias. Quando conseguia algo na cama com a mulher, Barbosa notava que ela pedia coisas estranhas, diferentes. Precisava sempre de um estímulo para poder sentir prazer. Pedia para ele chama - lá por nomes vulgares, bater. Um dia, pediu que locassem um filme pornô. Pronto. Foi a gota d´água.

Se ela tinha outro, iria descobrir. Saía sempre pra trabalhar logo após o almoço, religiosamente. Era a única hora que ficava fora de casa. Provavelmente era nessa hora que ela se encontrava com o canalha.

Numa quarta-feira, notou a esposa mais alegre do que de costume, mais saudável. Ela veio servi-lo, colocou o prato na mesa e deu-lhe um beijo:
- Prontinho! Aqui está meu amor.
- Hum, o que foi que houve querida?
-Nada amor. Só estou alegre hoje.
-Opa, quer dizer que à noite a gente vai se divertir? – propôs com aquela cara de safado.
- Amor, eu digo que estou melhor, e você pensa logo nisso. Meu Deus! Quem sabe? Tu não sabes que é de noite que me ataca essas dores. Deve ser o cansaço do trabalho doméstico.
-Claro.

Era hoje. A vagabunda iria se encontrar com o amante, assim que eu fosse pra o trabalho. Por isso estava tão feliz.

Subiu no quarto. Pegou o revólver que escondia numa caixa em cima do armário, colocou na sua bolsa e saiu. Ligou o carro com o pensamento na mulher. Nesse momento a vadia devia estar ligando para o outro. Virou a esquina. Agora, ele já devia estar chegando e estacionando o carro em frente ao prédio. Virou a rua em que trabalhava. Deviam estar se beijando. Não conseguiu sair do carro quando chegou à empresa. Pensou em tirar o revolver da bolsa que estava no banco do passageiro. Hesitou. A cena veio de novo à cabeça: os dois caindo na cama. Um ódio invadiu seus pensamentos. Retirou o revólver e jogou-o no colo. Deu meia volta. Agora, deviam estar tirando a roupa. Chegou à sua rua e estacionou às pressas um pouco longe do prédio. Saiu correndo com a arma na mão, desesperado. Na calçada do prédio esbarrou em uma senhora de bengala e num homem que entrava no carro. Não pediu desculpas, nem parou. Não podia ser ele, não daria tempo. Faziam apenas 20 minutos que saíra de casa. Subiu pelas escadas, pois morava no segundo andar. Deu logo um chute na porta, arrombando-a. A mulher estava na sala e assustou-se com a entrada do marido que erguia loucamente a arma.

-Cadê o filho da puta? Cadê?
-Não tem ninguém aqui amor. O que está acontecendo?
Procurou em toda parte e nada. Ao voltar à sala viu a mulher em lágrimas. Aproximou-se e de joelhos pediu:
- Me perdoa, me perdoa, eu te amo tanto - disse chorando como uma criança.
- Eu te amo querido.
E abraçaram-se.

Lá embaixo, um homem aliviado, agradecia a Deus por ter esquecido alguns filmes pornôs no carro.

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quem não gosta?

Quem não gosta de Luis Fernando Veríssimo? Pois bem, ele é quase uma unanimidade entre os leitores de todas as idades. Lembro-me muito bem de quando o conheci, ainda na infância pelo cólegio. Ali, com livros paradidáticos do tipo Para gostar de ler ( lembra?) que reuniam várias crônicas de autores famosos, comecei a entender o que eram crônicas, e logo veio a paixão por esse gênero.

Livros infantis: O santinho e o vol.7 da coleção Para gostar de ler

Luis Fernando Veríssimo tem um estilo que, segundo ele, é mais voltado para o entretenimento do que para a literatura. O que não é de todo verdade, já que o que ele realmente faz é tornar a literatura menos aborrecida. Entre as características constantes em seus textos, está o bom humor, a descontração em falar de qualquer tema e uma visão sólida e crítica, de quem realmente sabe sobre o que está escrevendo.

Seu estilo é um misto de estilos de poetas, humoristas, cronistas, críticos, jornalistas, desenhistas e músicos. Seus textos possuem todos esses traços, formando uma fórmula imbatível em oferecer o prazer na leitura. Ele trata em todos os seus textos a realidade, o mundo em que vivemos. Passa opiniões precisas, sempre céticas e bem humoradas.

Na televisão criou quadros para o programa "Planeta dos Homens" na Rede Globo, e forneceu material para a série "Comédias da Vida Privada", baseada no livro homônimo, recentemente lançada em DVD. No cinema, seu personagem, o detetive Ed Mort, foi interpretado pelo ator Paulo Betti, e o roteiro baseado no conto Procurando o Silva.

Ouros livros que já li, e indico:



Com mais de 60 títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos. É filho do também escritor Érico Veríssimo.

Texto de um dos meus livros favoritos dele: O Analista de Bagé

O apito

Tudo o que o Mafra dizia o Tarol duvidava. Eram inseparáveis, mas viviam brigando. O Mafra contava histórias fantásticas e o Tarol fazia aquela cara de conta outra.

— Uma vez...

— Lá vem história.

— Eu nem comecei e você já está duvidando?

— Duvidando não. Não acredito mesmo.

— Mas eu nem contei ainda!

— Então conta.

— Uma vez eu fui num baile só de pernetas e...

— Eu não disse? Eu não disse?

O Mafra às vezes fazia questão de provar as suas histórias para o Tarol. Depois invocava o seu testemunho:

— Tarol, eu sou ou não sou pai-de-santo honorário?

O Tarol relutava, mas confirmava. Mas em seguida arrematava:

— Também, aquele terreiro está aceitando até turista argentino...

Então veio o caso do apito. Um dia, numa roda do bar, o Mafra revelou:

— Tenho um apito de chamar mulher.

— O quê?!

— Um apito de chamar mulher.

Ninguém acreditou. O Tarol chegou a bater com a cabeça na mesa, gemendo:

— Ai, meu Deus! Ai, meu Deus!

— Não quer acreditar, não acredita. Mas tenho.

— Então mostra.

— Não está aqui. Está em casa. Aqui não precisa apito. É só dizer "vem cá".

O Tarol gesticulava para o céu, apelando por justiça. Mais esta, Senhor!

— Um apito de chamar mulher! Era só o que faltava!

Mas aconteceu o seguinte: Mafra e Tarol foram juntos numa viagem (Mafra queria provar ao Tarol que tinha mesmo terras na Amazônia, uma ilha que mudava de lugar conforme as cheias) e o avião caiu em plena selva. Por sorte, ninguém se machucou, todos sobreviveram e depois de uma semana a frutas e água da chuva foram salvos pela FAB. Na volta, cercados pelos amigos do bar, Mafra e Tarol contaram sua aventura. E Mafra, triunfante, pediu para o Tarol:

— Agora, conta do meu apito.

— Conta você — disse Tarol, contrafeito.

— O apito existia ou não existia?

Tarol, chateadíssimo, fez que sim com a cabeça.

— Conta, conta — pediram os outros.

— Foi no quarto ou quinto dia - contou Mafra. - Já sabíamos que ninguém morreria e que o salvamento era só questão de tempo. A FAB já tinha nos localizado. E então, naquela descontração geral, tirei o meu apito do bolso.

— O tal de chamar mulher?

— Exato. Soprei o apito.

— E então?

- Então pimba.

- Apareceram mulheres?

— Coisa de dez, quinze minutos. Três mulheres.

Todos se viraram para o Tarol, incrédulos.

— É verdade?

— É — concedeu o Tarol.

Fez-se um silêncio de puro espanto. Até que o Tarol falou outra vez:

— Mas também, cada bagulho!