Hoje faz 15 anos da morte do grande humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum. Na minha opinião, o mais engraçado dos antigos Trapalhões. Sambista da mangueira e pinguço confesso, o personagem sempre marcou pela sua alegria, seu jeito espôntaneo e seus bordôes: cacildis, forevis, entre outros. Sempre colocando o "is" no final. Mussum morreu depois de um transplante de coração mal sucedido. Era o único negro da trupe dos trapalhões, e até hoje deixa saudade, e é muito lembrado em camisetas, fotos, vídeos, dvds...
Abaixo segue um dos quadros célebres do Mussum. Por muitos considerados um dos melhores quadros dos Trapalhões. Quando ele e o grande Tião Macalé, os "empresários, engenheiros" tomam uma cervejinha, ou um "suco de cevadis", cantam samba e até música internacional e tentam armar uma pindureta. Muito Bom.
Fundo de Quintal cantando " A amizade" . Um samba em homenagem aos amigos. Salve a velha guarda.
"Amigo, hoje a minha inspiração Se ligou em você E em forma de samba Mandou lhe dizer Tâo outro argumento Qual nesse nomento Me faz penetrar Por toda nossa amizade Esclarescendo a verdade Sem medo de agir Em nossa intimidade Você vai me ouvir
Foi bem cedo na vida que eu procurei Encontrar novos rumos num mundo melhor Com você fique certo que jamais falhei Pois ganhei muita força tornando maior A amizade... Nem mesmo a força do tempo irá destruir Somos verdade... Nem mesmo este samba de amor pode nos resumir
Quero chorar o seu choro Quero sorrir seu sorriso Valeu por você existir amigo
Quero chorar o seu choro Quero sorrir seu sorriso Valeu por você existir amigo"
"A partir da reflexão da relação entre a música popular e a poesia e literatura, o documentário usa depoimentos, performances musicais e trilha sonora a fim de esclarecer e refletir sobre o assunto. O filme apresentará imagens inéditas no Brasil, como a encenação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, no Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França, em 1966. Merecem destaque também imagens raras, que foram restauradas pela produção do filme, de Dorival Caymmi, nos anos 40, cantando e tocando O Mar ao violão."
Crítica por Priscilla Santos, extraída do site Obvious:
"Para alguns estudiosos e observadores da literatura, a poesia se caracteriza por uma criação artística que existe sozinha: tem suas regras, suas formas, seus sons próprios e estes a fazem plena unicamente em si, podendo dispensar acompanhamentos. É comum que numa roda, reunindo esses mesmos estudiosos e observadores da literatura, lá pelas tantas, pelo quarto copo de vinho, alguém declare a sentença: Chico Buarque, por exemplo, não é poeta, é músico. A partir daí a conversa, antes consenso, vai virar uma discussão sem fim e depois de meses, dois ou três daqueles amantes das letras ainda estarão se odiando mortalmente. Fatalmente vão produzir alguns tratados que não nos tocarão em nada.
Palavra [En]cantada é um filme que ronda o mistério das palavras ditas e entoadas sem chegar perto desse tipo de debate onde um bom e velho veneno da vaidade academicista sempre mata um pouco mais a gente. Dirigido por Helena Solberg, com argumento de Marcio Debellian, o documentário segue uma reflexão a respeito dos momentos em que música brasileira e poesia convergiram.
Através do depoimento de grandes nomes da música nacional, Sodenberg nos leva a fogo brando pela história e escolas da música brasileira; dos morros cariocas à periferia de São Paulo, passando pela Bahia e pelo mangue pernambucano. O documentário parte da idílica existência dos trovadores, aqueles artistas medievais que inventaram a poesia musicada e a espalharam de tal forma que são considerados o marco zero da literatura como hoje a conhecemos. A partir daí nomes como Tom Zé, Lenine, Maria Betânia, Martinho da Vila, Lirinha do Cordel do Fogo Encantado, BNegão e o próprio Chico Buarque, vão falar sobre a presença da poesia em suas canções e dão versões sobre o porque e do como esses encontros acontecem."
Fui assistir sábado passado no Cinema da Fundação aqui em Recife e não poderia deixar de indicar. O filme é sensacional e indispensável para todos os amantes da música e da literatura brasileira!
Trailer:
Abertura do filme com a música Choro bandido (Chico Buarque e Edu Lobo):
Na mesa mais aguardada da Flip deste ano, Chico Buarque e Milton Hatoum aproveitaram as semelhanças entre suas carreiras literárias e os traços em comum em seus mais recentes livros para dar ao público em Paraty um debate bem amarrado sobre lembrança, a tarefa de criar e a necessidade de ir a campo para escrever.
O mediador Samuel Titan Jr. lembrou que tanto Chico quanto o amazonense Hatoum têm quatro livros publicados e fizeram uma viagem memorial por cenários brasileiros nos seus recentes “Leite derramado” e “Órfãos do Eldorado”, respectivamente.
Os desafios no momento de colocar as ideias no papel também foram um dos focos da conversa entre os dois. Chico surpreendeu ao dizer que não sente tanto prazer no ato da escrita. "Eu escrevo muito devagar. Escrever é uma chatice. Gosto mais de ler do que de escrever", disse ele, que tem como protagonista de sua última obra um homem centenário cujas memórias fazem um retorno que atinge até a época da abolição da escravatura e da proclamação da República.
Ao colocar a leitura acima do ato de escrever, Chico Buarque revelou um de seus hábitos que ajudam na condução da trama a ser criada. "Todo dia, antes de começar a escrever, eu lia o meu livro desde o começo, de maneira que ele ficava todo na minha mão."