sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sherlock Holmes de Guy Ritchie

O diretor Guy Ritchie faz de Sherlock Holmes um personagem bem diferente do idealizado por Sir Conan Doyle, o que não agradou muitos aos fãs mais fiéis, que vêem em Jeremy Brett o melhor Holmes de todos os tempos do cinema. E para mim, de fato é. Mas a intenção do diretor foi justamente essa. E o resultado é um filme com muito mais ação e pancadaria do que dedução e investigação. Sim, é um filme de ação, aventura e só um pouquinho de investigação. Porém cumpre bem o seu papel de entreter. Com Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) que é um dos bons atores da Hollywood atual, no papel do detetive e Jude Law como o seu fiel assistente Watson, o filme é levado num ritmo frenético, com cortes de cena e tudo mais, bem ao estilo de Guy, lembrando um pouco Snatch - Porcos e Diamantes, outro filme do diretor. Daí em diante somos apresentado a um Sherlock Holmes com habilidades em luta livre e sem nem um pingo da elegância habitual dos livros mas que no geral consegue manter as características principais do personagem, a não ser pelo fato de que o detetive usa muito mais dos músculos do que o raciocínio propriamente dito. De resto continua irônico, objetivo e racional, evitando qualquer traço de sentimentalismo. Mesmo com Downey tentando se desvencilhar do personagem Tony Stark de Homem de Ferro, é impossível não lembrar dele nas cenas de humor sarcástico e de caras e bocas do personagem. Esse é o preço que se paga ao se fazer esses tipos de blockbusters . O resto dos atores apenas cumprem seus papéis, com exceção de Jude Law, que protagoniza bons momentos ao lado de Downey, com diálogos cheios de sarcasmo e humor, rendendo uma boa química entre os atores, que em breve prometem voltar com uma continuação, para enfim, capturar o seu maior vilão: O Professor Moriarty.

Nota: 6,5 ( 0 a 10)

Veja também: O Xangô de Baker Street – Filme nacional baseado no Best seller de Jô Soares, mostra um Holmes super engraçado no meio de um Brasil Império, conhecendo D. Pedro II, Olavo Bilac e mais uma gama de personalidades da época. E acaba tendo grandes problemas com suas habilidades de dedução. O livro é sensacional e merece ser lido.

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